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O Veleiro - desde 1966

Mais do que Qualidade, é Tradição!

Navegar é preciso – o verso do poeta português Fernando de Pessoa poderia ilustrar a paixão de Jacques e Alaíde pelo mar e pelas embarcações que você pode encontrar na loja O Veleiro.

O casal se conheceu no Iate Clube do Rio de Janeiro. Ele, um experiente navegador, ela, jovem recém-chegada do Maranhão, vendedora na loja de produtos marítimos do clube. A conversa demorou um pouco para pegar, dois anos, mas foi para toda a vida.

Jacques Mille veio para o Brasil  em 1952, com o entusiasmo de um jovem de 22 anos. Trabalhava com a produção de doces e era excelente pâtissier, diz a companheira dele. Bateu ponto em algumas cozinhas de restaurantes e confeitarias daqui antes de começar a vender livros importados de porta em porta e abrir a livraria Pantheon em Copacabana. Era fanático por livros e leituras.

O mar ao redor foi inspiração para o começo na atividade de velejador.

A loja de produtos náuticos surgiu em 1966, na sobreloja da livraria, pela necessidade de encontrar equipamentos adequados para o novo hobby – não havia muitas ofertas na cidade.

Alaíde aprendeu a velejar com Jacques e logo se encantou pela aventura.

Em princípio, ela se assustou com o jeito meio rude do francês que parecia não ter muita paciência no trato comum com as pessoas, mas logo percebeu  que se tratava de um diamante bruto. Ela gostou do que viu e em 40 anos de vida em comum nunca tentou lapidar.

A sociedade na loja foi uma consequência natural na vida do casal empreendedor.

O Veleiro, com uma oferta variada do melhor de cada produto e atendimento personalizado, caiu no gosto dos clientes.

A casa aproveitou um decreto do governo que garantia a isenção de imposto para materiais esportivos e, em parceria com empresas internacionais, importou equipamentos e barcos franceses à vela da da Dufour.

Tempos depois, Jacques uniu o gosto pelos livros com a paixão pelo mar e criou a Edições Marítimas, só de publicações sobre o tema. A editora funciona, ainda hoje, no andar de cima da loja.

Em 1992, a loja foi consumida pelo fogo. Alaíde, mais jovem que o marido, não se deixou abater pelo infortúnio e, com a confiança de fornecedores, abriu uma nova loja, próxima à antiga.* Para ser exato, a loja foi incendiada no dia 2 de Dezembro de 1992 e poucos dias antes do natal do mesmo ano, somente 18 dias depois da tragédia no dia 20 de Dezembro, O Veleiro reabriu as portas para seus clientes!* A situação era um pouco precária, mas os elementos característicos da marca estavam lá: determinação, bons produtos e serviço especial ao cliente.

Foram tempos difíceis, com pagamentos de impostos, títulos renegociados, mas O Veleiro seguiu caminho.

Em 2006, depois de uma longa reforma, o casal volta para o antigo endereço. *Por coincidência exatos 14 anos após o incêndio, no dia 2 de Dezembro de 2006.* Uma loja reformulada, com pé direito alto, produtos de alcance da observação do cliente, botes, salva-vidas, binóculos, bússolas, barômetros, mosquetões, roupas de mergulho, lanternas variadas, cartas náuticas, um mundo de possibilidades. No andar de cima, funciona o escritório e parte da cartografia. As paredes mostram uma linha do tempo da loja e um painel destacado concentra fotos de Jacques e da família.

O sonho de Alaíde é transformar o escritório num espaço para múltiplas atividades culturais, palestras sobre temas náuticos, pequenos eventos e noites de autógrafos – uma homenagem ao marido que não resistiu a inúmeros problemas de saúde e faleceu em 2014.

Philippe, o filho do casal mora na França, mas sempre volta para dar uma atenção à loja e à mãe. Se depender do gosto e vontade de Alaíde, O Veleiro seguirá sobre o comando do filho daqui a alguns anos. Por enquanto, ela ainda vai continuar firme no comando do negócio.

Como puderam ver, a história de Alaíde e Jacques, e dO Veleiro, é cheio de reviravoltas, emoções e superações. São mais de 50 anos de tradição e qualidade em cada detalhe, dos produtos de primeira linha até o atendimento individualizado. Uma loja fundada por um Francês e uma Maranhense com espirito Carioca!

Parte do texto foi retirado do livro “Negócios de valor: caminhos da tradição carioca” da jornalista Beth Ritto. (Sebrae/RJ;ISBN978-85-7714-213-2)

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